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Foto do escritorIsrael Fontoura

O Vale dos Ossos Secos

Atualizado: 27 de jul. de 2023




Qualquer Coisa Além de Cristo é Carne

Certamente, o Espírito Santo nos ensina que qualquer coisa que vá além de Cristo ou que se contrapõe a Cristo não provém de Deus, e alegações que não centralizem em Cristo são desviadas da verdade. Tudo o que Deus faz e tudo o que o Espírito inspira mostra o trabalho que Cristo fez para que o Pai fosse glorificado e Seu Nome Santificado. Percebemos isso nos elementos que estavam presentes na Torá, isto é, a Lei de Deus. O Espírito ministrou através dos profetas as realidades proféticas referentes ao ministério do amado Filho de Deus e que para nós é a Vida Eterna. Tudo é para Cristo e tudo por meio do Cristo e Nele tudo será feito. Com efeito, o Pai deu a Ele todas as coisas e todas as coisas estão debaixo dos seus pés, e não há nada que possa negar essa verdade.


Neste estudo, temos por objetivo demonstrar que aquele templo descrito em Ezequiel é o próprio Cristo desenhado de forma tipológica e ministrado aos santos pela inspiração do Espírito, e para mostrar a habitação de Deus Pai, que em sua grandeza, fez o Corpo de Cristo para sua morada. Como dito acima, devemos ter em consideração que algumas pessoas infelizmente não percebem esta grande realidade, e que todas as edificações que estão descritas na Escritura são projeções proféticas do Cristo, e que se revelariam no momento definido por Deus. O tempo da revelação do Cristo ocorreu, e nós que temos o Espírito estamos habilitados para discernir e receber esta dádiva que nos foi dada pelo próprio Deus e ministrada pelo Espírito em nossos corações e consciências. Devemos salientar, no entanto, que tudo aquilo que não demonstra o Cristo, mas antes, o deixa encoberto, revela um caráter carnal e malicioso que ofusca a glória e o ministério do nosso Senhor Jesus Cristo.


Nosso amado irmão Paulo declarou, por inspiração do Santo Espírito:


(2 Coríntios 3:13-16)


“E não somos como Moisés, que punha véu sobre a face, para que os filhos de Israel não atentassem na terminação do que se desvanecia. Mas os sentidos deles se embotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado que, em Cristo, é removido. Mas até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é retirado."


Por este texto, fica evidente que qualquer leitura da Escritura sem o Cristo faz-se presente o véu que cobre o coração, até hoje, dos judeus, descendentes na carne de Abraão, mas que diante de Deus não são considerados Seus filhos. Nós que hoje possuímos o Espírito temos as condições essenciais para discernirmos que a Lei deve ser lida sem o véu, a face de Moisés que no monte resplandecia ficava encoberta pelo véu que ele punha sobre sua face, isto para nós é uma parábola, já que a face gloriosa de Moisés representava a glória da Lei que está encoberta pelo véu. Assim, quando Moisés tirava o véu, via-se sua face gloriosa, do mesmo modo quando se tira o véu do coração, se enxerga a glória da Lei, que é Cristo, e lê-se o Evangelho que está oculto. O Espírito Santo ministrou essa evidência em Isaías, que diz:


(Isaías 42:21)


"Foi do agrado do SENHOR, por amor da sua própria justiça, engrandecer a lei e fazê-la gloriosa."


Deus engrandeceu a Lei e a tornou gloriosa quando revelou o Filho como sendo a realidade das projeções proféticas, conferindo com isso o que diz Isaías ao relatar que Deus desnudaria Seu Santo Braço aos olhos das nações e aqueles que olhassem o Braço seriam salvos. Não com os olhos carnais, mas com os olhos do coração sem véu e que, pela fé, visualizassem os sofrimentos de Cristo. Mas isso só é possível àqueles que nasceram do Espírito, pois quem nasce do Espírito está apto a ver o Reino, isto é, o Filho. Portanto, faz-se imprescindível que olhemos para a Lei com os olhos abertos e com o coração sem véu, para que, deste modo, possamos perscrutar impecavelmente a Escritura.

Entendendo os Contextos Proféticos



Minha vontade era explanar a completude de todo o templo de Ezequiel, no entanto, a falta de tempo me obriga a resumir neste primeiro momento apenas uma porção destes capítulos que envolvem este grandioso templo, as liturgias que a ele pertencem, bem como as ofertas empreendidas. Quero acentuar, no entanto, que o capítulo 44 será essencial para discernirmos as relações proféticas relatadas e inspiradas pelo Ministério do Espírito que atuou no profeta Ezequiel, e levando também em consideração o contexto histórico presente nesta descrição. Creio que muitos irmãos, quando passaram os olhos pelas palavras de Ezequiel, principalmente no que tange às medidas, sentiram-se desordenados, visto que tal obra era por si magnífica e sua grandiosidade não se encontrava descrita em outros relatos. Para nós, fica uma lacuna que é a sensação de que Deus ainda tinha intenção de edificar uma obra literal nos moldes dos empreendimentos anteriores e que, pela iniquidade do povo, desfizeram-se, como no caso do templo edificado por Salomão, apesar disso, demolido por Nabucodonosor.


Como foi dito acima, não há tempo para expormos tudo o que gostaríamos, mas evidentemente é necessário investigarmos alguns pontos em evidência nos capítulos precedentes, já que estes são importantíssimos por conta das expressões proféticas que abrirão portas no nosso entendimento. Primeiramente, quero iniciar meu raciocínio pelo capítulo 37, pois, neste ponto, temos riquíssimas referências que explanarão os demais capítulos. No entanto, devemos comparar de forma espiritual as palavras que ali foram inspiradas pela ministração do Espírito, por meio de Ezequiel.


A Visão do Vale de Ossos Secos


A visão do vale dos ossos secos, para mim, é uma das profecias mais intrigantes, porém ambígua. Pois se a examinarmos pela carne e com o véu em nossos corações, indubitavelmente erraremos na interpretação e não poderemos distinguir o certo do errado. É bem verdade que este texto trata de Israel, e que muitos irmãos costumam de muitas formas e de muitas maneiras associar este oráculo a eventos que sucederam a Israel, a nação de Israel, em 1948, isto é, quando o povo de Israel declarou sua independência. Eu me arrisco a dizer que esta interpretação está equivocada e certamente não é isso que o Espírito está relatando no livro de Ezequiel. No entanto, fala claramente da Igreja do Senhor e a ressurreição dos Santos que, em Cristo, tomarão posse da herança.

Foi precisamente por este motivo que, no início, disse que essa profecia é “ambígua” e que se não tivermos o devido cuidado, certamente olharemos pela carne. Devo enfatizar, no entanto, que irmãos que interpretam da forma que relatei, no sentido que Israel terreno retornou à terra de Israel, não são carnais devido a isso. Mas em minha concepção estão equivocados neste ponto. Todavia, se estamos na carne, erraremos e entenderemos aquilo que o texto não diz. Vamos ler a profecia:


(Ezequiel 37:1-14)


"Veio sobre mim a mão do SENHOR; ele me levou pelo Espírito do SENHOR e me deixou no meio de um vale que estava cheio de ossos e me fez andar ao redor deles; eram mui numerosos na superfície do vale e estavam sequíssimos. Então, me perguntou: Filho do homem, acaso, poderão reviver estes ossos? Respondi: SENHOR Deus, tu o sabes. Disse-me ele: Profetiza a estes ossos e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do SENHOR. Assim diz o SENHOR Deus a estes ossos: Eis que farei entrar o espírito em vós, e vivereis. Porei tendões sobre vós, farei crescer carne sobre vós, sobre vós estenderei pele e porei em vós o espírito, e vivereis. E sabereis que eu sou o SENHOR. Então, profetizei segundo me fora ordenado; enquanto eu profetizava, houve um ruído, um barulho de ossos que batiam contra ossos e se ajuntavam, cada osso ao seu osso. Olhei, e eis que havia tendões sobre eles, e cresceram as carnes, e se estendeu a pele sobre eles; mas não havia neles o espírito. Então, ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize-lhe: Assim diz o SENHOR Deus: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam. Profetizei como ele me ordenara, e o espírito entrou neles, e viveram e se puseram em pé, um exército sobremodo numeroso. Então, me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. Eis que dizem: Os nossos ossos se secaram, e pereceu a nossa esperança; estamos de todo exterminados. Portanto, profetiza e dize-lhes: Assim diz o SENHOR Deus: Eis que abrirei a vossa sepultura e vos farei sair dela, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel. Sabereis que eu sou o SENHOR, quando eu abrir a vossa sepultura e vos fizer sair dela, ó povo meu. Porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos estabelecerei na vossa própria terra. Então, sabereis que eu, o SENHOR, disse isto e o fiz, diz o SENHOR."


Não há dúvida de que esta profecia é reveladora, mas de difícil compreensão. Todavia, ao entendê-la, teremos grande regozijo, pois nos fará entender os demais capítulos e contextos. O que significa aqui toda a “Casa de Israel”? Talvez você já tenha se perguntado, visto que o texto fala de ressurreição, e a ressurreição para a vida ocorrerá em Cristo. No entanto, muitos aqui ensinam que esta visão trata-se de 1948. Além disso, outros ensinam que aqui Deus estaria dando uma profecia para uma ressurreição específica de Israel, para que esses pudessem ser participantes do milênio e Jesus mesmo celebraria uma aliança com Israel, ou seja, o cumprimento de Jeremias 31:31-34. Ora, isso parece muito improvável. Este pensamento é um pensamento dispensacionalista que faz uma dicotomia dos povos, no sentido de que Deus tem um plano separado para Israel e a Igreja. No entanto, pela Escritura, não vemos esta dicotomia.





No pensamento predominante da igreja, isto é, nós cristãos primitivos, chamados de “pais da igreja”, e também no cristianismo medieval e reformado, Israel significava o povo de Deus como um todo, tanto os do regime do primeiro pacto quanto do segundo pacto. Todavia, com o advento do “dispensacionalismo” no século XIX, esta questão foi mudada. Por conta deste pensamento difundido em muito por John Nelson Darby, podemos dizer que este é um dos pais do pré-tribulacionismo, através da Bíblia de Estudo Scofield, a visão sobre Israel terreno tomou uma amplitude astronômica ao ponto de agora muitos cristãos criarem uma dicotomia em relação a Israel e Igreja, principalmente com o advento do sionismo. Devemos entender que este pensamento é secundário e que muitos irmãos sinceros na sua fé e com bom testemunho confessam o Cristo, mas compreendem desta forma que abordamos acima. Não queremos de forma alguma ofender ou menosprezar tais irmãos, mas apresentar uma explanação que na minha concepção e de muitos irmãos é mais coerente.

Quero demonstrar este raciocínio por meio de um texto muito conhecido e pérola de grande valor do nosso Senhor Jesus Cristo que diz:


(João 11:25)


"Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá;"


Perceba que Jesus diz que Ele é a ressurreição e também a vida, referência clara ao texto de Ezequiel que lemos acima. Uma vez que o Espírito usa os termos “Abrireis as vossas sepulturas (…) e vivereis”. Além disso, este texto está em harmonia com os ditos de Cristo que expressam ressurreição e vida. À vista disso, Ezequiel certamente está falando do cumprimento das promessas que Jesus fez a seu povo, sua igreja. Não pode haver ressurreição para a vida sem Cristo, e isto está manifesto quando o Espírito em Ezequiel expressa: “vivereis”. Ora, Cristo é a Vida, no entanto também diz: “abrirei vossas sepulturas”, estas palavras são o mesmo que ressurreição, portanto cumprindo o que Jesus asseverou.


O leitor de Ezequiel 37 deve considerar que o oráculo do Vale dos ossos secos expressa uma visão tipológica, mas que resume um todo. Certamente o Oráculo resume de forma compacta a totalidade do que Deus manifestará no futuro. Podemos entender aqui que “Israel” não se trata necessariamente de judeus que foram dispersos, no entanto, do povo de Deus em sua totalidade que está sendo chamado de “Casa de Israel”. Aliás, quando olhamos para o trecho referente à Nova Aliança que consta no profeta Jeremias, constatamos que a Nova Aliança foi feita com a Casa de Judá e a Casa de Israel. O texto não diz que tal profecia seria feita com gentios, ou melhor, aparentemente não mostra. Vejamos o que o Espírito diz em Jeremias:


(Jeremias 31:31-33)


"Eis aí vêm dias, diz o SENHOR, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o SENHOR. Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo."



Analise com total concentração e constate que o texto fala claramente que essa aliança foi feita com as duas casas de Israel, não o bastante, nada fala de gentios, sabemos, no entanto, que nós gentios somos participantes desta aliança no qual o Senhor confirmou com sua morte e através do seu sangue e por ele fomos santificados, contemple as palavras do próprio Senhor que na última ceia demonstrava que seu sangue, tipificado no vinho, e no seu corpo, tipificado no pão, foram repartidos para a remissão dos pecados de muitos, tanto judeus quanto gentios, porque todos nós somos participantes de um mesmo corpo e todos nós somos santificados no mesmo sangue, pós Jesus diz:


(Mateus 26:26-28)




"Enquanto comiam, tomou Jesus um pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo. A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados."



Portanto, cumprimos as palavras de Paulo que diz:


(Gálatas 3:26-29)


"Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa."





Além de todos estes fatos já demonstrados e fundamentados, baseados na verdade de que em Cristo já não há mais judeus e gentios, mas todos são um em Cristo, e que a herança que Deus deu ao patriarca Abraão só seria entregue àqueles que, pela fé, são considerados seus filhos, e não os da carne. Ainda que muitos façam esta dicotomia, como se a carne tivesse herança com a fé, a realidade é que as promessas são para aqueles que nascem do Espírito e não apenas para os descendentes segundo a carne. Paulo escreve um texto importante referente a estes fatos para comprovar que aqueles que foram gerados pela carne, e nestes não habita a fé e nem o Espírito, não são considerados Israel, mas, segundo a mesma palavra, são chamados filhos de Agar, a egípcia, isto é, são espiritualmente Ismael, conforme podemos ver nos relatos bíblicos:


(Romanos 9:6-8)


"E não pensemos que a palavra de Deus tenha falhado, pois nem todos os de Israel são, de fato, israelitas; nem por serem descendentes de Abraão são todos seus filhos; mas: 'Em Isaque será chamada a tua descendência.' Isto é, estes filhos de Deus não são propriamente os da carne, mas devem ser considerados como descendência os filhos da promessa."


(Gálatas 4:22-30)


"Pois está escrito que Abraão teve dois filhos, um da mulher escrava e outro da livre. Mas o da escrava nasceu segundo a carne; o da livre, mediante a promessa. Estas coisas são alegóricas; porque estas mulheres são duas alianças; uma, na verdade, se refere ao monte Sinai, que gera para escravidão; esta é Agar. Ora, Agar é o monte Sinai, na Arábia, e corresponde à Jerusalém atual, que está em escravidão com seus filhos. Mas a Jerusalém lá de cima é livre, a qual é nossa mãe; porque está escrito: 'Alegra-te, ó estéril, que não dás à luz, exulta e clama, tu que não estás de parto; porque são mais numerosos os filhos da abandonada que os da que tem marido.' Vós, porém, irmãos, sois filhos da promessa, como Isaque. Como, porém, outrora, o que nascera segundo a carne perseguia ao que nasceu segundo o Espírito, assim também agora. Contudo, que diz a Escritura? 'Lança fora a escrava e seu filho, porque de modo algum o filho da escrava será herdeiro com o filho da livre.'"


Perceba que ele diz que nem todos os que estão em Israel devem ser considerados israelitas, ou seja, nem todos os que, na carne, ostentam ser Israel necessariamente o são. Contudo, assim como Deus considerou apenas Isaque como filho de Abraão, assim também só será considerado Israel aquele que de fato for nascido do Espírito e segundo a promessa, como ocorreu com Isaque que Abraão esperou por meio da fé. É possível ver esta constatação no texto acima, que explica que Abraão teve dois filhos: Ismael, que nasceu segundo a carne, representando todos os que, mesmo tendo o sangue de Abraão e sendo descendentes dele, não são filhos da promessa, ou seja, os judeus e israelitas sem fé. Do mesmo modo, Ismael nasceu de forma natural, por meio de uma mãe que era egípcia, mas que não era estéril e perfeita em sua constituição para gerar filhos. No entanto, este filho da carne, Ismael, nada tem de diferente de todos os outros humanos, exceto pelo fato de ter o sangue de Abraão. Contudo, é possível ver que, no mesmo texto, Paulo, usando as palavras da própria Lei, diz: "lança fora a escrava e seu filho, porque de modo algum o filho da escrava será herdeiro com o filho da livre". Este Ismael foi, de fato, filho de Abraão, mas diante de Deus não era considerado como tal, mesmo tendo o sangue daquele, e não podia herdar o que era de Abraão. Além disso, Deus confirma que Ismael não era considerado como filho de Abraão quando diz:


(Gênesis 22:2)



"Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei. "



Neste maravilhoso relato profético ditado pelo Espírito Santo vemos a figura de Abraão entregando seu segundo filho, todavia Deus diz: “Toma teu filho, teu único filho”, ademais, como Deus poderia falar: “teu único filho”, já que Ismael havia nascido e ainda vivia? Sabemos que Ismael foi o primogênito de Abraão e que segundo o curso normal das coisas aquele que é primogênito terá a posse da herança, no entanto devemos entender que quando Deus profetizou e prometeu para Abraão que este teria um filho, este filho foi prometido por meio de Sara e não por meio de Agar, mas quando Sara, por incredulidade, chamou Agar e esta deu um filho para Abraão, Ismael, em consequência, a vontade de Deus não foi cumprida, mas a vontade da carne de Sara para dar filhos a Abraão. Precisamente este foi o motivo de Deus dizer: “teu único filho”, pois Ismael não era aquele que a boca do Senhor disse: “virei daqui um ano e Sara terá um filho”, veja que Isaque nasceu segundo a Palavra de Deus, mas Ismael segundo a incredulidade de Sara que diz: “toma a escrava e me edificarei por meio dela”.


O Espírito aqui expressa uma parábola que a nós tem sido revelada, mas não aos incrédulos, os nascidos da carne, os judeus, porque estes são como Ismael, pois tem a carne, o sangue e são filhos de Abraão, porém não são considerados seus filhos, já que não creem, no entanto quando Deus diz: “Teu único filho”, fala de Isaque o nascido da promessa, nascido por poder de Deus que abriu o ventre de Sara e milagrosamente esta gerou filho, isto é, Isaque. Assim éramos nós, carne e sangue, nascidos segundo a carne, contudo quando cremos fomos gerados por meio do Espírito e nascemos segundo a Promessa, pois Cristo é o verdadeiro Isaque, logo ele é o verdadeiro herdeiro e quando nos unimos a Ele nos tornamos um com Ele. Assim cumprem-se as palavras de Paulo que Diz:



(Gálatas 4:28)


"Vós, porém, irmãos, sois filhos da promessa, como Isaque."





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