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Foto do escritorIsrael Fontoura

Os Dons do Espírito Cessaram?


Introdução


Por Israel Leães


Antes de iniciarmos a leitura deixo abaixo uma apresentação em PDF para download para estudos complementares e para se usar em estudos com outros irmãos e brevemente teremos um estudo no Youtube, boa leitura a todos!!


Nos últimos anos, temos visto uma banalização dos dons espirituais por parte da vertente mais pentecostal da igreja e um misticismo muitas vezes exacerbado e sem fundamento bíblico, que consiste em sentimentos e sensações psicológicas sem embasamento. Entretanto, será que podemos afirmar que os dons acabaram, ou mesmo que Deus não trabalha mais de forma miraculosa no meio do seu povo? Neste artigo, tentaremos entender de forma precisa esta questão, analisaremos de forma breve, porém didática, a relação da atual época com o continuísmo dos dons.


Podemos ver que existem dois extremos na problemática dos dons e também na relação com as manifestações espirituais. Ora vemos os irmãos dizendo que os dons cessaram, ora irmãos que insistem que devemos ter certas manifestações para sermos considerados salvos. Mas a grande verdade é que essas duas escolas de pensamentos estão equivocadas, pois extremos não são bons.


Para compreendermos corretamente os dons, devemos ter em mente que, com a passagem dos tempos, o pensamento da igreja modificou-se de forma evidente e quase caiu no esquecimento por quase todos, visto não existirem manifestações tão intensas como ocorria no princípio da igreja, mais precisamente nos tempos apostólicos. Com efeito, historicamente falando, os dons voltaram a ter evidência no início do século XX, como o movimento da rua Azuza nos Estados Unidos. Porém, nem toda a igreja aceitou essa renovação carismática. É verdade que alguns relatos soaram estranhos e que, no avançar do século passado, muitas manifestações estranhas da vertente neopentecostal extravasaram em estranheza e falta de sentido, como, por exemplo, a chamada "unção do riso", dentre outras. Contudo, isso não deve ser motivo para negarmos as coisas descritas na escritura.


Evidentemente, Deus deu dons à igreja para que, por meio destes, ela pudesse efetivar seu crescimento e edificação em conhecimento de Cristo e do ministério. No entanto, muitos usam dos dons com motivos fúteis e sem propósitos, apenas para engrandecimento próprio ou mesmo enriquecimento em nome de Cristo. Chegamos a um momento em que muitas igrejas usam curas e milagres para atrair público, mas não trabalham naquilo que diz respeito à salvação dos homens, não tratam do pecado e nem mesmo da boa conduta entre a igreja. Neste caso, os dons passaram a ser meras iscas para atrair pessoas com objetivos escusos e fora do propósito eterno que Deus, por meio do conselho de sua vontade, estabeleceu para a humanidade, no sentido de que Seu Nome fosse evidenciado e testemunhado em toda a humanidade, mas tal coisa muitas vezes não ocorre.


Este não é o sentido e propósito designado por Deus para os dons e para Sua igreja, mas podemos ver no texto a seguir aquilo que o apóstolo Paulo, por meio da sabedoria recebida do Espírito, nos ensina:


Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios 12:4-7: "Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos. A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando um fim proveitoso."


Perceba a expressão "fim proveitoso" que, no original grego, é segundo a palavra συμφερω que literalmente significa "carregar", porém com o sentido de ajudar, carregar aquele que tem dificuldades. Portanto, podemos concluir que o sentido designado para os dons é carregar os irmãos e ajudá-los na condução do caminho de Cristo, e tudo aquilo que for usado para engrandecimento próprio ou mesmo com fins de enriquecimento está definitivamente excluído. Devemos entender também que os dons não devem ser entendidos como uma evidência de salvação ou mesmo aprovação de Deus, pois Jesus, nosso Senhor, traz um alerta muito preocupante, mas que muitos, por confiarem em sinais, ou pensarem que fazem sinais, naquele dia serão envergonhados, porque descobrirão que não foram aprovados por Deus.


O Evangelho segundo Mateus 7:22-23: "Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade."



Aqui temos uma grande evidência de que muitos, naquele dia, não poderão entrar no Reino de Deus e que durante suas vidas estavam profundamente enganados e confiantes em si mesmos. No entanto, estavam distantes de Jesus e da salvação, e serão condenados por Deus. Portanto, não pensemos que milagres e dons são evidências da salvação, porque se praticamos iniquidades, convém entender que tais dons não estão surtindo efeito de mudança de mente.


Os Dons Cessaram?


Esta é certamente a pergunta que todos nós buscamos responder e o discernimento correto que todos deveriam ter. Contudo, apenas podemos entender isso por meio da correta compreensão da palavra de Deus e também se fizermos as perguntas corretas para nós mesmos. Mas, com antecedência, eu já quero deixar claro que não creio que os dons tenham cessado ou que só voltarão a ocorrer na chamada última semana de Daniel. No entanto, ainda permanecem como desde os tempos apostólicos, evidentemente devemos dizer também que com menos intensidade.


Vamos compreender primeiramente o que a Bíblia nos mostra sobre os dons e sobre os carismas que foram efetuados em toda a história bíblica, porque por meio dos relatos bíblicos ficará elucidado o formato do trabalho de Deus. Podemos afirmar com certeza que o trabalho que Deus fez no passado é exatamente o mesmo que Deus ainda faz hoje e que tudo o que ocorreu nos tempos bíblicos não cessou e ainda ocorre nos dias de hoje. Os grandes sinais que Deus fez no passado certamente são aqueles que foram feitos por intermédio de Moisés e que manifestaram o Nome de Deus por toda a antiguidade, e sua fama chegou até nós. Do mesmo modo, Deus utilizou Elias e Eliseu com grande poder e unção para testemunhar sua vontade entre os homens. Elias chegou ao ponto de fechar o céu, ressuscitar mortos, e Eliseu multiplicou os alimentos e muitos outros sinais; foi boca de Deus entre os homens.


Quando Elias fechou o céu por três anos e meio, houve, por parte de Deus, um propósito que era a correção do povo de Israel, que andava em idolatria debaixo da influência de Jezabel, esposa de Acabe, rei de Israel. Deus se fez poderoso por meio das mãos e palavras de Elias, pois a unção que estava sobre ele era muito poderosa. Obviamente poderíamos citar muitos exemplos, mas nos faltaria o tempo necessário para isso. Todavia, devemos entender que Deus não costuma interferir na lei da física; contudo, os dons, milagres e sinais alteram e interferem no curso normal das coisas. Moisés, por exemplo, abriu o Mar Vermelho e, contra as leis da física, fez com que as águas se dividissem à esquerda e à direita, formando duas paredes de águas. Nem nos dias de hoje podemos reproduzir algo semelhante; entretanto, este evento miraculoso teve o propósito de libertar o povo de Israel da escravidão egípcia.


O Exemplo do Tabernáculo


Quando Deus deu as determinações para o tabernáculo, preocupou-se com toda simetria, detalhes e dimensões da planta da construção que haveria de ser construída no deserto. Mas, para isso, encheu a Bezalel com o Espírito de Sabedoria, para que por meio dessa unção, ele pudesse trabalhar em todo o artifício da casa de Deus. O Tabernáculo de Moisés era uma sombra e projeção profética das realidades celestiais, e este homem chamado Bezalel recebeu o Espírito para ficar cheio de Sabedoria, para que o propósito da edificação fosse finalizado. Aqui claramente vemos que Bezalel recebeu um dom do Espírito Santo para a edificação do Tabernáculo do testemunho. Podemos tirar isso como uma figura para nós nos dias de hoje, visto que aquele Tabernáculo era uma representação do corpo e da igreja de Jesus. Sendo assim, os dons dados para Bezalel representam os dons que, no futuro, seriam dados para os ministros de Deus executarem funções com o fim da edificação da Igreja.



O Segundo Livro de Moisés chamado Êxodo 35:30-31; 36:1,3: "Disse Moisés aos filhos de Israel: Eis que o SENHOR chamou pelo nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, e o Espírito de Deus o encheu de habilidade, inteligência e conhecimento em todo artifício. Assim, trabalharam Bezalel, e Aoliabe, e todo homem hábil a quem o SENHOR dera habilidade e inteligência para saberem fazer toda obra para o serviço do santuário, segundo tudo o que o SENHOR havia ordenado. Estes receberam de Moisés todas as ofertas que os filhos de Israel haviam trazido para a obra do serviço do santuário, para fazê-la; e, ainda, cada manhã o povo trazia a Moisés ofertas voluntárias."


Estes dois servos, Bezalel e Aoliabe, levantados para a edificação do Tabernáculo, receberam da parte do Senhor habilidades e inteligência no quesito artesanal para que nisso o Tabernáculo fosse edificado. Ora, aqui claramente nos mostra que no passado os dons foram dados com o mesmo significado: “visando um fim proveitoso”. No caso da igreja, Paulo escreverá isso com outras palavras, como se segue:


Epístola de Paulo aos Efésios 4:8-13: “Por isso, diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens. Ora, que quer dizer subiu, senão que também havia descido às regiões inferiores da terra? Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas. E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo.”


Obviamente, neste estudo eu não poderei tratar das diferentes classes de dons. Contudo, devemos entender que há diferenças e que, no caso acima, Paulo está tratando dos dons ministeriais que têm o propósito da edificação do corpo de Cristo. Ora, Bezalel fez a mesma coisa, porém em símbolos, no sentido de que ele construiu utensílios para o tabernáculo e trabalhou em toda parte artesanal. Os utensílios que existiam no Tabernáculo, móveis e tudo quanto nele estava, eram, na realidade, símbolos da própria igreja vista por aspectos figurativos, bem como a representação do serviço sacerdotal prestado pela Igreja nos dias de hoje. Perceba que em Apocalipse, as sete igrejas são descritas como as sete lamparinas ou castiçais. Jesus, o Sumo Sacerdote que aparece vestido segundo a ordem de Melquisedeque e segundo o modelo descrito na Lei, prepara as lâmpadas para que o fogo permaneça aceso continuamente diante do Senhor. Concluímos que Deus moldou a menorá, o castiçal com sete lâmpadas descrito na Lei, como a imagem da Igreja, as sete igrejas.


Eu realmente gostaria de falar sobre outros utensílios, porém o tempo não me é favorável. Sendo assim, avançaremos para o resto do estudo até chegarmos em sua conclusão, mas com isso já podemos entender que o Tabernáculo foi edificado por meio dos dons que Deus deu para alguns homens, e assim tem sido com a igreja.



Pentecostes: A Repetição do Deserto


Muitos, infelizmente, não sabem que aquilo que ocorreu no Novo Testamento nada mais era do que a realidade das sombras que ocorreram no passado. Posso ainda dizer que houve coisas muito excelentes nos tempos proféticos, coisas essas que presenciaremos nos últimos dias antes da gloriosa manifestação de Jesus nos ares, para retirar seu povo espalhado entre todas as nações e livrá-los deste reino de trevas. Perceba que os acontecimentos que ocorreram desde a saída de Israel do Egito até o monte Sinai formam uma intensa manifestação profética que nunca mais ocorreu, mas que nos dias em que a igreja for tirada de entre os escombros deste mundo, ocorrerão em escala mundial. Talvez você não saiba, mas isso tornará a ocorrer mais uma vez por mãos não apenas de dois homens, mas de uma multidão de profetas que se levantarão nos dias que antecederão a vinda do Filho do Homem.


O Segundo Livro de Moisés, chamado Êxodo 15:1-4: "Então, entoou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao SENHOR, e disseram: Cantarei ao SENHOR, porque triunfou gloriosamente; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro. O SENHOR é a minha força e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu Deus; portanto, eu o louvarei; ele é o Deus de meu pai; por isso, o exaltarei. O SENHOR é homem de guerra; SENHOR é o seu nome. Lançou no mar os carros de Faraó e o seu exército; e os seus capitães afogaram-se no mar Vermelho."


Neste tempo da saída dos filhos de Israel do Egito, no êxodo, Moisés e os filhos de Israel cantaram um cântico profético que soou em uníssono e retumbou por muitos locais e foi contado em várias nações. Pois diz: “Moisés e os filhos de Israel entoaram”. Ora, ninguém naquele tempo ensaiou nada, nem mesmo criou a letra, mas certamente Moisés e os filhos de Israel receberam do Espírito e profetizaram e cantaram as grandezas de Deus. Além disso, a tradição judaica costuma dizer que neste momento e também no recebimento das tábuas da Lei, Deus ressoou sua Lei em setenta idiomas ao ponto que todas as nações em redor puderam escutar todas estas coisas. Eles chamam este momento da celebração do “Shavuot”, que significa semanas, mas que hoje conhecemos por Pentecostes.


No Midrash Shmot Rabba, temos este comentário sobre Êxodo 20: «Uma voz foi dividida em sete e elas foram divididas em setenta línguas»


Trazendo para os nossos dias, podemos perceber as mesmas coisas ocorrendo no meio da igreja, isto é, depois da morte de Cristo, o cordeiro pascal. Todos nós passamos pelas águas, isto é, fomos batizados em sua morte, assim como eles passaram o Mar Vermelho e foram separados definitivamente do Egito. Quando passamos pelo batismo, nos separamos definitivamente deste mundo caído. Depois que passaram pelas águas, Deus deu sua lei para aqueles, mas para nós foi dado o Espírito Santo, que passou a escrever sua Lei em nossos corações, não em tábuas de pedras, mas no íntimo de todos nós. Deus sempre quis introduzir sua lei nos corações dos homens e sabia que se não houvesse mudanças no mais íntimo do homem e uma limpeza de dentro para fora, não seria possível que sua lei estivesse em nossos corações, pois Deus não habita em casas com impurezas dos nossos pecados e idolatrias. Assim, Cristo limpou a casa e introduziu o Espírito dentro de nós e encheu todo o nosso ser com esse mesmo Espírito, que hoje nos concede dons e ministérios.


Quando Moisés levantou setenta homens para seu auxílio no deserto, distribuiu o Espírito que estava em si mesmo e ungiu estes para exercerem o ministério e todos estes passaram a profetizar e receberam a sabedoria de Deus. Assim vemos que estes setenta homens representam pessoas dentre as setenta nações que Deus, no futuro, haverá de derramar o Espírito, pois na Lei diz:


O Quarto Livro de Moisés chamado Números 11:25-29: "Então, o SENHOR desceu na nuvem e lhe falou; e, tirando do Espírito que estava sobre ele, o pôs sobre aqueles setenta anciãos; quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram; mas, depois, nunca mais. Porém, no arraial, ficaram dois homens; um se chamava Eldade, e o outro, Medade. Repousou sobre eles o Espírito, porquanto estavam entre os inscritos, ainda que não saíram à tenda; e profetizavam no arraial. Então, correu um moço, e o anunciou a Moisés, e disse: Eldade e Medade profetizam no arraial. Josué, filho de Num, servidor de Moisés, um dos seus escolhidos, respondeu e disse: Moisés, meu senhor, proíbe-lho. Porém, Moisés lhe disse: Tens tu ciúmes por mim? Tomara todo o povo do SENHOR fosse profeta, que o SENHOR lhes desse o seu Espírito!"



Deus tirou uma porção do Espírito que estava em Moisés e dividiu para esses setenta homens, que passaram a profetizar, mas no final apenas dois permaneceram profetizando. Neste ponto, futuramente estudaremos que esses dois homens representam os dois ungidos de Deus que, nos últimos dias, profetizarão, mas não entraremos nisso neste momento. Todos esses foram chamados de “ANCIÕES” e, no Novo Testamento, receberão o nome de “PRESBÍTEROS”, pois o termo “presbítero” significa ancião. Portanto, temos aqui que setenta presbíteros receberam o Espírito e profetizaram. Quando, porém, tentaram censurar os dois que, no final, profetizaram, Moisés respondeu o que haveria de ocorrer no fim dos tempos através da difusão do Espírito sobre todo o povo, dizendo:


“Porém, Moisés lhe disse: Tens tu ciúmes por mim? Tomara todo o povo do SENHOR fosse profeta, que o SENHOR lhes desse o seu Espírito!"


De antemão, Moisés estava mostrando que a vontade de Deus era que todo o povo profetizasse como aqueles dois homens que permaneceram profetizando depois dos setenta homens. E isso haveria de ser cumprido nos dias posteriores à ressurreição de Cristo, ou seja, no pentecostes, pois está escrito:


Atos dos Apóstolos 2:16-17: "Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel: E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos;"


Quando vemos que Pedro diz que isso era o cumprimento do profeta Joel, devemos entender que Deus estava respondendo àquilo que Moisés havia dito: “Tomara todo o povo profetizasse”, mas Deus responde: “derramarei do meu Espírito sobre toda a carne”. Neste trecho, vemos a revelação dos setenta anciões que representavam as setenta nações e que agora receberiam do Espírito para profetizarem. Deus derramou seu Espírito sobre homens de toda tribo, povo, língua e nação e, para assim fazer, uma multidão de profetas que engrandeceriam o Nome de Deus. E então haveria de se cumprir aquilo que é dito no profeta Malaquias:


Malaquias 1:11: "Mas, desde o nascente do sol até ao poente, é grande entre as nações o meu nome; e em todo lugar lhe é queimado incenso e trazidas ofertas puras, porque o meu nome é grande entre as nações, diz o SENHOR dos Exércitos."


Deus levantou sacerdotes entre todas as nações para que incenso puro, isto é a oração, e que pelo levantar das suas mãos ofertas puras fossem entregues para Deus quando confessassem o Nome Exaltado de Cristo nosso Senhor. Mas sobre os últimos dias a profecia de Joel, que foi repetida por Pedro, também diz:


Atos dos Apóstolos 2:18-21: "até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão. Mostrarei prodígios em cima no céu e sinais embaixo na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e glorioso Dia do Senhor. E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo."


Deus ainda não fez sinais no sol, na lua ou qualquer das coisas escritas ali, mas isto está guardado para o fim, por meio dos dois ungidos que no fim se levantarão à imagem de Moisés e Arão. E por meio destes sinais, tirarão o povo da fornalha ardente deste mundo caído, e somente então virá o grandioso Dia do Senhor, a volta de Jesus. Aqui estão Eldade e Medade, os dois ungidos que profetizavam diante de Moisés.


Assim como vimos que a Lei de Deus foi proferida, segundo a tradição judaica, em setenta línguas, para testemunho de todas as nações, assim também no pentecostes foram vistas sobre os discípulos línguas de fogo repartidas sobre os cento e vinte discípulos de Jesus, que profetizaram com poder e falaram nas línguas de muitas nações. E naquele momento, muitas pessoas receberam o testemunho das grandezas de Deus e aceitaram a fé em nosso Senhor Jesus Cristo e herdaram o dom da Salvação.


Os Dons não Cessaram


Devido ao tempo, não poderemos dar tantos detalhes de coisas que ocorreram no passado, mas por meio de tudo isso que falamos há pouco, ficou evidente que Deus usou muito dos carismas proféticos e também de poderes e sinais miraculosos para conduzir seu povo na antiguidade. Infelizmente, muitos irmãos nos dias de hoje se tornam céticos quanto aos dons. Obviamente, como sabemos, como eu disse no início, existem exageros, contudo não podemos negar aquilo que Deus sempre fez, conforme demonstramos, utilizando-se do Espírito para conduzir seu povo desde a antiguidade e até hoje faz o mesmo.


A reposta para isso está na Lei, pois nela está escrito:


"Disse o SENHOR a Moisés: Ordena aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveira, batido, para o candelabro, para que haja lâmpada acesa continuamente. Na tenda da congregação fora do véu, que está diante do Testemunho, Arão a conservará em ordem, desde a tarde até pela manhã, de contínuo, perante o SENHOR; estatuto


perpétuo será este pelas suas gerações. Sobre o candeeiro de ouro puro conservará em ordem as lâmpadas perante o SENHOR, continuamente." (Levítico 24:1-4)


Segundo a Lei, era proibido que faltasse azeite no candelabro, pois é ordenado: “para que haja lâmpada acesa continuamente”. Ora, se nem mesmo Arão e seus filhos poderiam quebrar este mandamento, quanto mais Cristo? Assim podemos entender que Cristo é o perfeito Sumo Sacerdote que não permite que o azeite falte nas lâmpadas do santuário, isto é a Igreja, pois a Igreja é seu corpo. E sobre si é dito:


Apocalipse de João 3:1: "Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto."


Jesus tem os sete Espíritos de Deus (você poderá ver na apostila com mais detalhes) e são esses sete Espíritos que são responsáveis por todos os dons que estão presentes na igreja. Cristo repartiu tudo isso com a Igreja, do mesmo modo que Moisés repartiu o Espírito que nele estava com aqueles setenta homens.


Isaías 11:1-2: “Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo. Repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do SENHOR.”


Diante do trono de Deus, estão as sete tochas, que no capítulo 1, 2 e 3 de Apocalipse são representadas pelas sete igrejas, do mesmo modo que no Tabernáculo a menorá ficava no caminho que se percorria até o Santo dos Santos, pois assim como Arão e os demais sacerdotes precisavam preparar as lâmpadas para poderem oferecer incenso, também Jesus, quando entrou diante de Deus nos Santo dos Santos, preparou e encheu as lâmpadas com o Azeite, isto é o Espírito Santo no dia do Pentecostes. Porém, segundo a Lei, o fogo deveria permanecer aceso perpetuamente. Portanto, aqui temos a prova de que o Espírito e os sete dons permanecem enquanto Jesus ministra e preserva as Lâmpadas.


Apocalipse de João 4:5: "Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus."


Devemos entender uma coisa muito importante que justamente é a relação dos dons com os membros de Cristo. Pois sem dons, os membros ficam sem funções, pois o amado irmão e apóstolo Paulo escreveu o seguinte sobre os membros de Cristo:


1 Coríntios 12:4-12

Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos. A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso. Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo o mesmo Espírito, a palavra do conhecimento; a outro, no mesmo Espírito, a fé; e a outro, no mesmo Espírito, dons de curar; a outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a um, variedade de línguas; e a outro, capacidade para interpretá-las. Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente. Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo.


Paulo, no texto acima, faz uma relação dos dons com os membros de um corpo, pois assim como cada membro do nosso próprio corpo executa funções específicas, assim também os dons representam funções específicas dos membros do corpo de Cristo. E se dissermos que os dons cessaram, automaticamente teríamos que dizer que os membros de Cristo estão inertes, sem funções, para nada mais servem. Infelizmente, esse pensamento que nega a continuação dos dons vem de uma raiz cética que entrou dentro da igreja devido a movimentos intelectualistas que veem tudo pela ótica de muita incredulidade no quesito espiritual. É bem verdade que movimentos de origem “reformada” aderiram muito do pensamento negacionista. Porém, quando olhamos para a patrística, podemos ver claramente que estes não só criam como também davam testemunhos dos carismas em sua época. Porém, isso falaremos em um outro momento. Finalizo aqui esta primeira parte deste estudo sobre dons, e brevemente demonstraremos o porquê de, nos dias de hoje, os dons não se manifestarem com tanta intensidade e evidência. Que Deus abençoe todos os irmãos.


Baixe a apostila no línk abaixo:




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