Por Pastor Alex
Neste texto, veremos que o apóstolo Paulo havia compreendido algo muito importante a respeito do amor e da koinonia (comunhão) que a igreja em nossos dias não compreende. Paulo ensinou à igreja primitiva que, embora o processo de colheita do Maná no deserto fosse de forma individual, ou seja, cada um colhia sua porção diária, conforme Êxodo 16. Mesmo que alguém colhesse mais do que devia, ou menos do que deveria, no final, de forma miraculosa, todos acabariam com a mesma porção, um Gomer ou a décima parte de um efa (Êxodo 16:16-18). Isso ocorria porque os israelitas eram duros de coração e não saberiam repartir o pão de forma igual. No período da graça, Paulo compreendeu que Deus havia incumbido a igreja de repartir o pão, promovendo a comunhão e a igualdade no corpo.
Por isso, ele usou o texto de Êxodo 16:18 em 2 Coríntios 8:15 para afirmar que aquele que colheu muito não terá em excesso, a fim de que aquele que colheu pouco não fique com falta. Em outras palavras, Paulo estava expressando que, no deserto, os israelitas que colheram muito não teriam excesso para que aqueles que colheram menos não ficassem com falta. Assim, todos teriam porções iguais de Maná. Na igreja, aqueles que foram abençoados por Deus com mais posses não teriam excesso, para que os menos abençoados em suas finanças não ficassem com pouco. A diferença é que agora, na igreja, eram os próprios irmãos que tinham o dever de promover o milagre da repartição, a fim de promover a Koinonia.
Tudo isso não ocorria como se aqueles mais abastados estivessem fazendo um favor aos mais necessitados ou dando esmolas. De acordo com o apóstolo Paulo, os cristãos mais ricos das igrejas gentílicas sentiam-se devedores dos irmãos das igrejas na Judeia, pois estes haviam pregado o evangelho a eles, compartilhando as riquezas espirituais. Por isso, Paulo afirmou em Romanos 15 que eles se sentiam devedores dos pobres irmãos da Judeia, uma vez que estes os haviam abençoado com os tesouros espirituais.
Romanos 15:25-27 “Entretanto, agora, vou a Jerusalém para ministrar aos santos. Porque bem lhes aprouve e são devedores para com eles. Porque, se os gentios têm participado das bênçãos espirituais deles, também devem servi-los com bens materiais.”
Com base em Êxodo 16:18, Paulo afirmou em 2 Coríntios 8:13-15 que a finalidade não era sobrecarregar uns para aliviar outros, mas sim criar igualdade, suprindo a falta dos necessitados com a abundância dos abastados, para que houvesse igualdade. Assim, na comunidade cristã, havia comunhão e igualdade, já que todos se sentiam devedores uns dos outros. Uns compartilhavam bens espirituais, outros bens materiais, cumprindo todos o amor mútuo.
Por isso, em Romanos 13:8, Paulo afirmou: “Não fiquem devendo nada a ninguém, exceto o amor mútuo, pois quem ama o próximo cumpriu a lei.”
Permaneceremos sempre devedores do amor mútuo. O Maná, figura de Cristo, era representado tanto pelo alimento espiritual compartilhado pelos irmãos da Judeia com os gentios, quanto pelos bens materiais (coletas = koinonia) que as igrejas da Macedônia e da Acaia separavam para os pobres irmãos da Judeia, que os haviam abençoado com o Maná espiritual.
Resumindo: Irmãos nesse texto sobre o ( Maná ) que escrevi mais cedo, há algo muito interessante.
É que na nova aliança Cristo o verdadeiro Maná, é comparado de duas formas.
1-O Maná espiritual:
ou seja: o próprio Cristo sendo anunciado e compartilhado pelas igrejas da Judeia para os gentios.
2-O Maná material:
ou seja: Cristo representado na forma de coletas ( koinonia ), sendo compartilhado para os pobres irmãos da Judeia, pelas igrejas da Massedonia e da Acaia por meio dos cristãos gentios.
Por isso o apóstolo Paulo utilizou em 2 Corintios 8:15, o texto de Êxodo 16:18 que fala sobre o Maná.
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