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Foto do escritorIsrael Fontoura

Aspectos das Ofertas - Oferta de Manjares

Atualizado: 29 de jul. de 2023


Com este artigo desejo iniciar uma série sobre as ofertas que eram oferecidas ao Senhor e que tipologicamente representavam o Cristo: sua vida, ministério, sofrimento e, por fim, morte. O leitor entenderá com clareza através destes relatos a abrangência que tais elementos realçam sobre o Filho de Deus, que está oculto na Lei, mas que, pelo Espírito, fica manifesto. Iniciaremos nosso estudo com a explanação da "oferta de manjares", que é uma projeção da humanidade do Cristo, para que então possamos avançar com as demais ofertas.


Oferta de Manjares


(Levítico 2:1-2)

"Quando alguma pessoa fizer oferta de manjares ao SENHOR, a sua oferta será de flor de farinha; nela, deitará azeite e, sobre ela, porá incenso. Levá-la-á aos filhos de Arão, os sacerdotes, um dos quais tomará dela um punhado da flor de farinha e do seu azeite com todo o seu incenso e os queimará como porção memorial sobre o altar; é oferta queimada, de aroma agradável ao SENHOR."


O Cristo na Sua Humanidade, a Encarnação do Verbo


Podemos dizer que a oferta de manjares representa o Cristo como homem, vivendo entre os homens. Deus nos apresenta isso quando o Espírito não menciona o derramamento de sangue, e se não houve derramamento, logo tratava-se de Cristo entre os homens, que mesmo sem derramar sangue, viveu uma vida perfeita como uma oferta de cheiro suave a Deus. Uma vida total sem pecado. Neste aspecto, vemos como Cristo andou, como viveu e serviu a Deus na terra. A humanidade bendita e plena do nosso Senhor Jesus era como a flor de farinha que recebia sobre si o azeite, isto é, o Espírito. A Escritura nos ensina sobre o nascimento de Cristo e revela a grandiosidade e a realidade da oferta de manjares quando o Espírito Santo diz:



(Mateus 1:18,23)


“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo.(…) Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)."


A oferta de manjares representa o Emanuel vivendo entre os homens, esta é a verdadeira oferta de manjares, a flor de farinha, isto é, a humanidade de Cristo, sendo gerada pelo Espírito. Do mesmo modo que diz: “deitará azeite”, mas além disso a Escritura também nos mostra a consagração de Cristo:


(Mateus 3:16-17)


“Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo."

Aqui podemos ver que o “azeite” representa para nós o Espírito. Porém, a farinha representa a humanidade de Cristo, que foi gerado pelo Espírito, mas também foi consagrado no Espírito. Assim vemos não só a encarnação, mas também o ministério de Cristo consagrado e perfeito. Deus formou um corpo para Cristo para que, por meio deste Corpo, fôssemos justificados e santificados, conforme nos diz Hebreus:


(Hebreus 10:5-7)


“Por isso, ao entrar no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste; antes, um corpo me formaste; não te deleitaste com holocaustos e ofertas pelo pecado. Então, eu disse: Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu respeito), para fazer, ó Deus, a tua vontade."

Tudo que Cristo fez no seu tempo entre os homens foi para a glória de Deus; tudo fez para exaltar aquele que lhe enviou. E como incenso, como uma oferta de manjares acrescida de incenso, assim foi sua vida, exalando o perfume diante de Deus da fragrância da sua humanidade perfeita, isto é, Deus entre os homens.


(Êxodo 30:37)


“Porém o incenso que fareis, segundo a composição deste, não o fareis para vós mesmos; santo será para o SENHOR."


(2 Coríntios 2:15)


“Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem."


Cristo, enquanto esteve entre os homens, viveu sua vida perfeita diante de Deus e dos homens. Em nada errou, em nada tropeçou, mas em tudo foi perfeito e agradável diante de Deus, e sua vida exalava a fragrância do perfume do incenso que era queimado sobre o altar e que Deus recebia e aspirava como fragrância de cheiro suave. Assim, nós, que fomos revestidos de Cristo, nos revestimos da sua vida e recebemos o bom perfume de Cristo, no qual Deus tem o seu prazer, pois em Cristo Deus se agrada.

Cristo, o Homem Perfeito, o Homem sem Pecado


Lv 2:11: "Nenhuma oferta de manjares, que fizerdes ao SENHOR, se fará com fermento; porque de nenhum fermento e de mel nenhum queimareis por oferta ao SENHOR."



Podemos perceber que Deus deixou aqui evidências claras da santidade do Cristo e de que este nunca pecaria. Comprovamos isso quando olhamos para esses elementos que eram proibidos pela lei de estarem presentes nas ofertas de manjares: mel e fermento. Ora, esses elementos representam coisas ligadas ao pecado. Temos por espelho, isto é, sombras, o fato de que Deus deixou um testemunho de antemão na Páscoa onde todo fermento deveria ser tirado das casas e que todo aquele que tivesse fermento em casa seria eliminado do povo, sendo assim, podemos compreender que Cristo não poderia ter em si o fermento. Além disso, o apóstolo Paulo nos dá o seguinte relato:


(1 Coríntios 5:6-8)


"Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda? Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade."


Através deste texto, podemos ter a certeza de que o fermento representa o pecado que em Cristo é tirado, e que a humanidade como um todo é um pão fermentado. Contudo, Cristo, através do seu sacrifício, perdoou nossos pecados e nos tornou diante de Deus como ázimos, isto é, homens justificados, limpos e santificados. Antes, éramos como casas com fermentos ocultos nos depósitos interiores, todavia, fomos limpos. Apenas para esclarecimento, e que no momento não será possível explanar com a devida atenção e pormenorizadamente, devo salientar que no Pentecostes dois pães fermentados eram entregues e aceitos diante de Deus. Ora, este pão representava a Igreja do Senhor, apesar disso, foram aceitos como pães santos e chamados de primícias. Faremos um estudo à parte deste tema para não desorientar os irmãos.


Sobre o mel, devemos salientar que trata-se daquilo que é doce, daquilo que descaracterizava sofrimentos e dificuldades. Pois, quando Deus tirou Israel do Egito, foi manifesto que a vida daquele povo tornou-se amarga pela escravidão, ao ponto que Deus acrescentou a Páscoa ervas amargas. No relato do Êxodo está escrito:


Êxodo 1:14


"E lhes fizeram amargar a vida com dura servidão, em barro, e em tijolos, e com todo o trabalho no campo; com todo o serviço em que na tirania os serviam."


Quando Cristo esteve entre os homens, certamente sua vida foi difícil, sofreu pela contradição dos ímpios e morreu para salvação dos injustos. Portanto, o mel nas ofertas de manjares estava descartado para que assim ficasse manifesto os sofrimentos pelos quais Cristo passaria, não apenas na morte, mas também em vida. Mesmo sem derramamento de sangue, para que se cumprisse o que diz no relato de Isaías:


(Isaías 53:3)


"Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso."


Ele sabia o que era padecer, sabia o que eram dores; e por amor à justiça sofreu e padeceu, mas não esmoreceu, permanecendo firme até o fim. Assim foi a vida de Cristo, como uma oferta de manjares agradável e acrescida de incenso que diante de Deus exalava o perfume da salvação e da Vida. Tudo isso foi queimado, isto é, no fogo da prova, no qual Cristo foi aprovado.



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